
Quando pensei, pela primeira vez, na possibilidade de partir em busca dos meus sonhos, percebi que meus desejos necessitariam tempo, pois era criança e não podia tomar muitas decisões. Recordo como se fosse hoje daquelas férias na Bahia, com toda a família reunida. Isso nunca mais saiu da minha cabeça, e tinha certeza de que um dia viveria por lá.Sou arquiteto urbanista e, logo no início da minha carreira, desenvolvia projetos de urbanização de favelas. Foi um período de descobertas e inquietudes, o mundo estava sendo desvendado e então começava a entender o quão plural eram as cidades e seus habitantes. A cidade formal em que vivia já não existia mais em minha cabeça. Era tudo uma grande fachada.Mas foi quando conheci o flâneur de Benjamin que a arquitetura e a cidade passaram a ter tempo em minha vida. Queria ser um, para sentir a cidade, o cheiro, escutar e…
Este conteúdo é exclusivo para assinantes
Assine ou faça login para ter acesso a todo o nosso conteúdo.