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#1MudançaCrônicaCulturaLiteratura

Linguagem e euforia

por Yasmine Sterea

Ilustração de Isabela Lotufo

O movimento é a linguagem da euforia, da dor, da paixão, da alegria. A linguagem da arte em seu sentido explícito e implícito. O movimento significa sentir prazer a qualquer idade, o verbo de uma dança, uma pincelada de um artista, a melodia de uma música. São ondas infinitas no despertar do absoluto. Eu – sempre – me movimento no caminho da felicidade e na busca por alguma paixão. Paixão esta que seja sempre pela vida.

A vida não faz sentido sem o ballet. Sem a infância passada em aulas de dança. Do contato com o sorriso de amigos e amigas ao se depararem com as frases de uma tia professora. De ensaios clássicos elaborados por fãs do revolucionário Diaghilev. Ufa.

Pausa. Respiraram? Perceberam como o movimento está inserido em todos os aspectos de nossa vida, inclusive em nossa respiração? Pausa. Respiraram? Tomamos o brigadeiro como exemplo. Brigadeiro? Sempre. Desde que seja aquele da cantina e com ingredientes do segredo de um movimento das braçadas ferozes de uma cozinheira usando o famoso “fazer com amor”. E não me refiro a aquele tempero sazón. Eu amo. Amo. AMO. Isso significa que meu tempero é três vezes bom? Só se for o movimento.

Aprendi em minha temporada londrina a cozinhar. Londres não me ensinou apenas essa arte, mas me ensinou a entender que cada minuto do dia é uma chance para chegar ao sucesso e para dar uma boa risada. Por isso, sempre que posso, me tranco no banheiro e sambo, só sambo. Me movimento apenas pro meu bem único prazer de dar uma boa gargalhada em minha própria solidão.

Reparem que a gargalhada tem o pé na loucura do inconsciente. O mesmo da angústia, apenas com a diferença que a gargalhada libera mais movimentos em nossas cordas vocais. De qualquer forma, a sensação de prazer da gargalhada e de dor da angústia está sempre exposta em obras de arte, sendo esses movimentos de extrema importância em um processo criativo.

Pausa. Respiraram? O que é arte? O que faz alguma coisa ser chamada de arte? Uma coisa é certa: o movimento da junção de vários aspectos da arte está mais do que imposto. Ele existe. Ele é o futuro.

Eonnagata, ballet contemporâneo criado pela união de Sylvie Guillem, Robert Lepage e Russell Maliphant é perfeito para o entendimento deste dito futuro. O espetáculo não apenas junta mentes brilhantes, mas também é uma representação gráfica de uma obra de arte que engloba a dança, a literatura, a música, o teatro e a moda. Moda que amo por Alexander McQueen.

Tomamos a moda como um exemplo. De 20 em 20 anos existe uma movimentação para recuperar as tendências de duas décadas atrás que já tinham sido influenciadas pela década de 40 anos atrás. Parece muita matemática, mas não, é apenas um ciclo. Um bom exemplo são as influências dos anos 1980 nesse começo de 2010 (20 anos atrás), sendo que os próprios anos 1980 já são uma releitura dos anos 1940.

Se pararmos para pensar, os anos 1980 e os anos 1940 foram épocas de crise trazendo ao figurino estruturas rígidas e fortes como os power shoulders criados por Adrian nos anos 1940 para Joan Crawford. Nos anos 1980, aconteceu uma releitura clara usadas pelas nossas mães durante nossa, quer dizer, minha infância e agora, depois do boom do desfile de Balmain, mais uma releitura está acontecendo também nesta época de recessão mundial. Outro exemplo aconteceu nos anos 1990, quando Tom Ford fez para a Gucci a coleção hippie influenciada pelo movimento dos anos 1970. Façamos a matemática.

Qual será a tendência da década que agora começa?

Pausa. Respiraram? O teatro e a dança seguem um padrão menos cíclico.

Existe muito mais uma releitura contemporânea de teatros antigos. Tomamos o musical O Despertar da Primavera, forte demonstração de temas como suicídio, paixão e sexualidade em uma sociedade repressiva do começo do século. Hoje, estrelado no Rio de Janeiro, o musical ficou muito mais explícito, com figurino extraordinário, mesclando referências do passado e do presente de forma muito mais atual e moderna.

O que significa a modernidade? A contemporaneidade? Além da distinção temporal, existe uma mera distinção tópica em um movimento para o futuro. A contemporaneidade está mais atrelada à mistura das artes, do complemento da dança com a moda que uma vez foi influenciada pela pintura e grandes instalações, que uma vez foi descrita em uma certa literatura ao som de uma boa música. Quem sou eu pra dizer que não ou que sim, se antes de qualquer processo criativo analiso e reanaliso as obras de Jeff Koons enquanto sambo piruetando no banheiro ao som de Toquinho e Chico Buarque vestida de pin-up em meio ao século 21. Ufa. Repararam no movimento? Não parem.

Pausa. Respiraram?

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