O REI ESTÁ NU!
Uma jovem italiana veio para o Brasil em 1938, teve filhos e netos brasileiros. Gosta de conversar, de dar sua opinião, de questionar, de protestar contra o que considera errado. Sobretudo tem uma visão lúcida sobre a importância da educação para o desenvolvimento de um país.
CORPO SÃO, MENTE SÃ
A educação começa no ventre materno. Mens sana in corpore sano é o título do livro que Mussolini editava durante seu mandato na Itália. Precisamos trazer ao mundo crianças sadias!
O corpo precisa ser saudável para que a mente em formação se desenvolva, e as sinapses recebam e armazenem as informações externas para sua escolada inteligência, direito à liberdade, à prosperidade, à iniciativa privada, à educação independente, à livre expressão do pensamento, à democracia.
As crianças eram o centro da atenção na Itália de Mussolini.
Criança tem direito à educação e somos nós que devemos garantir este direito a elas. Com leis que o garantam. Somos os únicos responsáveis por tudo o que está acontecendo no mundo, porque conscientes, mas incompetentes. Incompetentes são os que fazem as leis, porque eleitos por uma maioria. Não são dadas as oportunidades da competência como a saúde e a escola, o que ajuda a formar um círculo vicioso do qual hoje é difícil de sair. Incompetentes por não se poder acreditar que se possa, propositalmente, impedir a sociedade de galgar os degraus da educação.
É preciso criar condições para a igualdade de oportunidades, a educação eficaz, a valorização dos indivíduos pelo que eles acrescentam de positivo à sociedade ao longo de sua vida. Premiar a iniciativa e o caminho para o progresso. Aos incapazes, aos doentes, aos que comprovadamente não podem produzir deve curvar-se excepcionalmente a nação e prover-lhes a subsistência digna.
Tudo o que a criança aprende antes de fechar a sinapse, ela guarda para o resto da vida. Alguns especialistas dizem que isso ocorre entre os quatro e os seis anos de vida, o patriotismo tem que ser cultivado, o respeito à bandeira e o conhecimento do Hino Nacional porque é fundamental e decisivo; o fulcro em torno do qual gravitam todas as forças telúricas que geram as forças necessárias para formar um povo que realmente seja a grandeza do país, um país mesmo rico nunca será um país grande se não estiver são, educado e independente: capaz de orientar a própria vida.
A educação é uma responsabilidade federal obrigatória, e não municipal!
Os currículos escolares deveriam ser iguais para todos os Estados, elaborados por pessoas do saber de competência moral e ética.
A roupa nova do rei é uma fábula de Hans Christien Andersen que conta a história de um vaidoso rei que se deixou enganar por dois falsos tecelões que prometeram a ele um belo traje, confeccionado com um mágico tecido capaz de ser visto somente por pessoas de superior inteligência.
A farsa é descoberta e professada por uma criança que estava assistindo ao desfile e não se conteve ao avistar o rei despido de qualquer vestimenta ou manto suntuoso, mas, sim, exposto como veio ao mundo. Então ela gritou, apenas porque sentiu pena e era sincera: “Coitado! O rei está completamente nu!”. E assim o povo a acompanhou porque também estava vendo o que a criança denunciava.
A criança não teve medo de falar o que via, mesmo que todos estivessem dizendo o contrário. Mesmo que aquilo o que ela sabia ver não fosse do agrado de todos. Mesmo que existissem outros pontos de vista naquele momento. Apenas falou porque, apesar da pouca idade, sabia enxergar com seus próprios olhos. O que alguém diz é sempre um ponto-de-vista.
Há outra história. De uma não tão menina. Mas é com os olhos da menina que ela foi e que guardou na memória lembranças de uma Itália longínqua que ela vem e fala. Sobre o que viu e o que viveu. O que pode sonhar e aprender. O que ela diz pode não ser a verdade de todos, mas é um dos lados da verdade.
Onde muitos veem um lado sombrio da História, a menina viu avanço, viu crescerem oportunidades e viu o desenvolvimento. Isso ela viu. Em tempos da valorização da democracia, dos princípios da liberdade de expressão, nos orgulhamos de apresentar um ponto de vista da História, acreditando que as transformações e as boas ideias surgem, muitas vezes, de uma reflexão sobre algo em que não se tinha pensado antes. Por desconhecimento ou por preconceito.