O show narcísico, histriônico das máscaras, doces, cartoons, bonecos e smileys de Pedro Caetano remete à importância da tragédia e da comédia e, principalmente, da capacidade e possibilidade do artista branco de exercê-las, fundidas pela paleta pop-popular.
No lugar de bufões, temos Bob Esponjas. Nas obras de Caetano, a Commedia dell’arte se confunde com uma maratona de desenhos do Cartoon Network. E é nessa fronteira que reside a potência de seu fazer artístico, para demonstrar quão filosóficos ou expressivos podem ser os personagens e artefatos do quotidiano pop. Seus objetos parecem mais interessantes, sedutores e humanizados do que alguns de nós, humanos, mais produtificados que os objetos gerados pelo capitalismo. O nome Pop art teve origem em um pirulito popular nos anos 1950, doce que reaparece em pinturas do artista. uma espécie de fixação oral que nos acompanhará de crianças a adultos, de Lolitas a MILFs – eis o teatro sádico dos doces aparentemente ingênuos de Caetano. Trata-se de fetiche, e cabe ao artista transmutar a matéria e os valores, da glicose para a tinta óleo, do supermercado para as feiras de arte, de forma semelhante à loja-performance “The Store” de Claes Oldenburg.
Obras
Pinocchio Miami, 2016
Óleo sobre cerâmica fria 22x15x8cm
Boka Loka, 2015
Óleo sobre tela
220×150 cm
As Aventuras de Sísifo, 2015
Óleo sobre tela
220×150 cm
Brisa do Mar, 2014
Desinfetante, plástico, alumínio, borracha, durepox e adereços hippies
40x20x20cm
Luksnova Innovation Zeitgeist, 2014
Água raz, plástico, alumínio, borracha, durepox, silver tape e pulseiras hippie
40x20x20cm
Paleta teatro, 2016
Óleo sobre cerâmica fria 24x22x7cm