Skip to content
Revista Amarello
  • Cultura
    • Educação
    • Filosofia
    • Literatura
      • Crônicas
    • Sociedade
  • Design
    • Arquitetura
    • Estilo
    • Interiores
    • Mobiliário/objetos
  • Revista
  • Entrar
  • Newsletter
  • Sair

Busca

  • Loja
  • Assine
  • Encontre
#Terra: Especial 10 anosCulturaSociedade

Terra

por Sofia Nestrovski

“Quem é da terra é da terra e fala da terra”
João 3:31

Com o surgimento da geologia, em meados do século XIX na Inglaterra, nasceu uma ideia nova — nova, sim, mas que jogava as perspectivas do nosso passado infinitamente para trás — de um tempo profundo. A geologia, ciência da Terra, deu ao planeta sua idade: ele teria milhões, bilhões de anos, e não os poucos milhares que se pensava até então.

O pai dessa ciência, Charles Lyell, dedicou-se ao estudo das coisas terrestres (rochas, areias, águas, sedimentos, vapores), e do seu movimento (terremotos, erupções, marés, ventanias), para meditar sobre o tempo, sobre os anos que haviam passado e os que estavam por vir — enquanto isso, Charles Darwin, recém-saído da universidade, lia os livros de Lyell e entendia que eles dariam “o tom” certo para sua mente. Darwin lia e relia seu Princípios de geologia a bordo do Beagle, navio que o levou pelo mundo durante cinco anos; navio onde fez sua verdadeira formação; navio que o trouxe ao Brasil, onde descobriu animais, plantas, pedras, praias, pessoas e o fóssil de uma preguiça-gigante; navio onde se indispunha com o mar; onde pensava sobre origens, espécies e a transformação constante de tudo; onde estudava Lyell e suas descobertas quanto à idade da Terra; e onde, então, anotou em seu diário a pergunta: “Seria o oceano a eternidade para as pedras?”.

Lyell analisou fósseis, a vida que um dia existiu sobre a Terra. Traçou a hipótese de que existe um só movimento no mundo: um caminhar parado, que segue em um curso cíclico, estável. E, por fim, imaginou o nosso futuro: “Talvez as imensas iguanas”, escreveu, “voltem a aparecer nas florestas e os ictiossauros, no mar, enquanto os pterodáctilos, quem sabe, voem outra vez em meio à folhagem frondosa das samambaias. Os recifes de corais poderão se estender para além do círculo ártico, onde hoje vivem a baleia e o narval. As tartarugas talvez depositem ovos nas areias das praias onde hoje dorme a morsa, e das quais a foca, à deriva, se afasta sobre uma placa de gelo”.

A história da Terra costura as pontas soltas do presente com essas outras, que voltam, sempre voltam, do passado — tantos fósseis de preguiças-gigantes à espera, sob as camadas de terra e tempo.


Originalmente publicado na edição Terra

Assine e receba a revista Amarello em casa

Gostou do artigo? Compre a revista impressa

Comprar revista

Assine: IMPRESSO + DIGITAL

São 04 edições impressas por ano, além de ter acesso exclusivo ao conteúdo digital do nosso site.

Assine a revista
Compartilhar
  • Twitter
  • Facebook
  • WhatsApp

Conteúdo relacionado


Cores suspensas no tempo: a redescoberta de Eleonore Koch

Artes Visuais

por Revista Amarello Conteúdo exclusivo para assinantes

Antonio Candido e a literatura como espelho do Brasil

Cultura

por Revista Amarello

O pensamento indígena contemporâneo e o papel da mulher na cultura Pankararu

#37 Futuros Possíveis Artigo

por Elisa Urbano Ramos Conteúdo exclusivo para assinantes

Omi Soro: Águas falam

#45 Imaginação Radical Cultura

por Will Braga

Sobre grades, fronteiras e gangorras – ou vem, Rael

#33 Infância Crônica

por Léo Coutinho

For_Eva

#28 O Feminino Arte

por Márcio Simnch Conteúdo exclusivo para assinantes

Peso, Lânguida e Sísifo

#7 O que é para sempre? Cultura

Call it magic, call it true

#18 Romance Cultura

por Helena Cunha Di Ciero Conteúdo exclusivo para assinantes

Sobre a capa: Bruno Moreschi

#23 Educação Arte

Dura lex?

#12 Liberdade Cultura

por Léo Coutinho Conteúdo exclusivo para assinantes

Para felicidade geral, digo que fico

#4 Colonialismo Crônica

por Adriana Calabró Conteúdo exclusivo para assinantes

Aislan Pankararu e o mistério: ondas fractais em plena força

#47 Futuro Ancestral Artes Visuais

por Rodrigo Villela

  • Loja
  • Assine
  • Encontre

O Amarello é um coletivo que acredita no poder e na capacidade de transformação individual do ser humano. Um coletivo criativo, uma ferramenta que provoca reflexão através das artes, da beleza, do design, da filosofia e da arquitetura.

  • Facebook
  • Vimeo
  • Instagram
  • Cultura
    • Educação
    • Filosofia
    • Literatura
      • Crônicas
    • Sociedade
  • Design
    • Arquitetura
    • Estilo
    • Interiores
    • Mobiliário/objetos
  • Revista
  • Amarello Visita

Usamos cookies para oferecer a você a melhor experiência em nosso site.

Você pode saber mais sobre quais cookies estamos usando ou desativá-los em .

Powered by  GDPR Cookie Compliance
Visão geral da privacidade

Este site utiliza cookies para que possamos lhe proporcionar a melhor experiência de usuário possível. As informações dos cookies são armazenadas em seu navegador e executam funções como reconhecê-lo quando você retorna ao nosso site e ajudar nossa equipe a entender quais seções do site você considera mais interessantes e úteis.

Cookies estritamente necessários

O cookie estritamente necessário deve estar sempre ativado para que possamos salvar suas preferências de configuração de cookies.