
Insurreição perante a aniquilação: fagulhas de um novo tempo
As obras atualmente em cartaz na Fundação Iberê Camargo trabalham temas relacionados às cosmogonias guarany-mbyá, criando cenas relacionadas aos episódios que geraram o mundo como conhecemos, apresentando perspectivas para além dos tradicionais modos de compreensão pautados tanto pelo cientificismo cartesiano quanto pelas narrativas originadas nas religiões cristãs. Assim, elabora uma perspectiva outra sobre o modo como a gênese pode ser narrada e amplia os modelos de compreensão poética do presente, tornando-se um condutor da comunicação entre os juruá (não indígenas) e sua comunidade. Mais do que uma narrativa em prol da ampliação do acesso às histórias narradas à beira da fogueira com os anciãos da sua comunidade, ele nos apresenta uma antítese a Ulisses e distintas escalas de separabilidade entre os seres, propondo o entendimento de um sistema que considera a reconexão com a natureza, pequenos anseios de equiparação entre as matérias que compõem universos visíveis e invisíveis. Fagulhas que anunciam um novo tempo que se instaura.
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