Skip to content
Revista Amarello
  • Cultura
    • Educação
    • Filosofia
    • Literatura
      • Crônicas
    • Sociedade
  • Design
    • Arquitetura
    • Estilo
    • Interiores
    • Mobiliário/objetos
  • Revista
  • Entrar
  • Newsletter
  • Sair

Busca

  • Loja
  • Assine
  • Encontre
Sapos triunfando contra as cobras, de Kawanabe Kyōsai (1879)
Cultura

A Cosmogonia dos Sapos: uma imagem que perpassa culturas

Quando o Fogo está em posse dos Urubus e a Natureza sofre consequências drásticas, como a forte cisão entre seres vivos, o Sapo é quem devolve o brasa ao seu devido lugar. Eis o mito d’O Grande Dia dos Guaranis-mbyá. Mas, voltando o olhar ao herói dessa mitologia, fica a pergunta: como pode o Sapo crepitar tantas interpretações?

Tatá Piriri ilustra o mito d’O Grande Dia na capa da Amarello Fagulha. Arte da capa de Xadalu Tupã Jekupé.

Na Idade Média, sabe-se que ele era relacionado a manifestações do mal e bruxaria. E engana-se quem pensa que essa visão é exclusividade da Europa Medieval. Lembremos do popular cântico brasileiro que versa sobre o bom e velho Sapo Cururu. Ao que tudo indica, esse Sapo não lava o pé, e não o faz porque não quer (o que, em outros casos, seria um vislumbre de empoderamento). Se ele está agindo conforme a própria vontade, por que, então, cair na interpretação do “mas que chulé”? Se o anfíbio tivesse seu merecido lugar de fala, ele decerto dispararia textões contra os haters do seu pé, coaxando “meu pé, minhas regras”. 

E quais outras visões de mundo o Sapo faz arder?

A Princesa e o Sapo

A Princesa e o Sapo

O conto The frog prince (1812), dos Irmãos Grimm, relata aquele bê-a-bá já tão ressoado: bruxa má transforma um príncipe em Sapo, ele perereca até o castelo da princesa e ela, hesitante, deixa-o entrar pra, eventualmente, vê-lo na forma humana e tudo mudar. O conto vem do folclore alemão, cujas lendas chegaram aos irmãos enquanto viajavam por vilarejos europeus em busca de histórias.

“Sapo enterrado”

Diz-se isso quando um time de futebol fica anos sem ganhar um campeonato. Em 1937, os atletas do Vasco da Gama se atrasaram e fizeram com que os adversários do Andaray esperassem por horas. Apesar da demora, a vitória por W.O. não foi reivindicada e, como retribuição, foi pedido ao Vasco pra que pegasse leve. Porém, o placar final foi 12×0, despertando a fúria dum jogador do Andaray, que, reza a lenda, teria enterrado um Sapo em São Januário, pra que o Gigante da Colina ficasse anos sem títulos. Depois disso, torcedores vascaínos de fato amargaram uma seca de 12 anos sem títulos.

Kermit, the frog

Kermit, ou Caco, é uma representação do homem comum (isso mesmo) largamente presente na cultura pop americana há décadas. Desde sua primeira aparição, em 1955, foi abraçado pelo público e ganhou espaço em tudo quanto é tipo de produção, da TV aos musicais. Amado por gerações e mais gerações, o líder dos Muppets virou um símbolo carismático dos EUA. 

Kaeru & Chan Chu

Kaeru, além de “Sapo”, também significa “voltar” em japonês. A tradição, que veio da terra do sol nascente e se firmou em terra brasilis, consiste em presentear pessoas queridas com uma miniatura do anfíbio, feito um amuleto de boa sorte. Já o Chan Chu é a representação chinesa do Sapo como símbolo de prosperidade. De acordo com a tradição, durante o dia estes Sapos devem ser deixados de frente à porta de entrada da casa, convidando a boa fortuna a entrar. Mas, à noite, devem ser deixados de costas, pra evitar que o dinheiro deixe aquele lar.

Chan Chu é a representação chinesa da prosperidade

Chuva profícua à vista

Na América Central, os Maias viam o barulho dos Sapos como uma manifestação do deus Chac, anunciando a chuva que fazia brotar verde em planícies secas. Além do crescimento de plantas, também eram relacionados à fertilidade humana.

Ponto é que, aqui ou acolá, o Sapo desses contextos diversos é o mesmo dos Guaranis. Apesar de parecer em paz coaxando distante dos excessivos debates virtuais, o anfíbio ora troçado ora adorado é o herói que nos cabe agora. Tal qual o vigente cenário fluido-cibernético, é a fagulha que desperta as mais distintas interpretações. Capazes de incendiar as bolhas em que vivemos e assim criar novos mundos, que tanto o Sapo quanto o calor da revolução possam fazer com que a comunhão chamusque pelo céu da atualidade.

Compartilhar
  • Twitter
  • Facebook
  • WhatsApp

Conteúdo relacionado


Sonhos não envelhecem

#49 Sonho Cultura

por Luciana Branco Conteúdo exclusivo para assinantes

Dois e dois são dois: Luiz Tatit e Bruno Cosentino

#26 Delírio Tropical Arte

Um cafezinho com Vivi Sampaio

Design

por Tomás Biagi Carvalho

Um legado

#13 Qual é o seu legado? Cultura

por Luiz Felipe D’ávila Conteúdo exclusivo para assinantes

Síndrome de Stendhal

#14 Beleza Cultura

por Leticia Lima Conteúdo exclusivo para assinantes

Perdemos a mão

#24 Pausa Cultura

por Fábio Maca

Pênis

#36 O Masculino Cultura

por Veronica Stigger

O design pode realmente mudar o mundo?

Design

por Revista Amarello Conteúdo exclusivo para assinantes

O exílio é uma insônia constante

Cultura

por Revista Amarello

As manifestações e o desafio da mudança numa cultura avessa ao conflito

#13 Qual é o seu legado? Cultura

por Mariana Barros Conteúdo exclusivo para assinantes

De ontem para hoje já era amanhã

#40 Demolição Arte

por Pedro França

As cicatrizes do imperador

#18 Romance Cultura

por Alberto Rocha Barros Conteúdo exclusivo para assinantes

Escurecendo o chocolate: raça, exotismo e escravidão

#4 Colonialismo História
  • Loja
  • Assine
  • Encontre

O Amarello é um coletivo que acredita no poder e na capacidade de transformação individual do ser humano. Um coletivo criativo, uma ferramenta que provoca reflexão através das artes, da beleza, do design, da filosofia e da arquitetura.

  • Facebook
  • Vimeo
  • Instagram
  • Cultura
    • Educação
    • Filosofia
    • Literatura
      • Crônicas
    • Sociedade
  • Design
    • Arquitetura
    • Estilo
    • Interiores
    • Mobiliário/objetos
  • Revista
  • Amarello Visita

Usamos cookies para oferecer a você a melhor experiência em nosso site.

Você pode saber mais sobre quais cookies estamos usando ou desativá-los em .

Powered by  GDPR Cookie Compliance
Visão geral da privacidade

Este site utiliza cookies para que possamos lhe proporcionar a melhor experiência de usuário possível. As informações dos cookies são armazenadas em seu navegador e executam funções como reconhecê-lo quando você retorna ao nosso site e ajudar nossa equipe a entender quais seções do site você considera mais interessantes e úteis.

Cookies estritamente necessários

O cookie estritamente necessário deve estar sempre ativado para que possamos salvar suas preferências de configuração de cookies.

Se desativar este cookie, não poderemos guardar as suas preferências. Isto significa que sempre que visitar este website terá de ativar ou desativar novamente os cookies.