Cantando o sexo: o samba e as relações afetivo-sexuais na musicalidade brasileira
No princípio, era a música
A música, em suas diferentes formas, é um poderoso instrumento de expressão social. Ela reflete as crenças, os valores, os costumes e os desafios de cada tempo e espaço, servindo como um espelho da sociedade em que é criada, e através dela podemos tecer diferentes leituras sobre a história, as angústias e os desejos da humanidade. A música — e a musicalidade enquanto expressão sensível — pode nos ajudar a entender como pensam, sentem e se relacionam os indivíduos, embalando amores, gozos, dores, afetos e tensões sociopolíticas.
Uma tese interessante para pensar musicalidade e linguagens cifradas é a de que a dita cultura do duplo sentido no Brasil, tão presente em nossa linguagem e expressões artísticas, tem suas raízes nos processos de escravização e na chegada das populações africanas no Brasil. Em um contexto de opressão e censura, a comunicação velada era um instrumento de resistência, permitindo aos escravizados driblar a vigilância e expressar seus sentimentos e ideias sem represálias.
O século XVIII foi marcado por uma efervescência musical, com o surgimento de novos estilos que conquistaram o público popular. A ascensão da burguesia e a crescente urbanização impulsionaram a demanda por entretenimentos mais acessíveis, que pudessem ser apreciados em ambientes domésticos ou em pequenos espaços públicos. Nesse contexto, surge a moda portuguesa. No Brasil, a moda também se desenvolveu, com características próprias que a distinguiam da versão portuguesa. Domingos Caldas Barbosa, um talento “mestiço”, educado em colégios jesuítas, foi um dos grandes nomes desse movimento.
Caldas Barbosa absorveu da cultura popular carioca um rico repertório musical, incorporando-o à sua arte. Em Portugal, ele foi aclamado por seus dotes artísticos, mas também enfrentou críticas e repulsa. As letras da modinha brasileira abordavam o amor de forma mais sensual e explícita, com insinuações e requebros que encantavam e escandalizavam ao mesmo tempo.
Dando um salto no tempo, o século XX presenciou uma revolução musical impulsionada pelo rádio. A música podia então ser apreciada por um público amplo e diverso, transcendendo fronteiras nacionais e continentais. Essa democratização moldou a experiência sonora do século XX de diversas maneiras.
Assim como nas modinhas do século XVIII, o século XX também trouxe os desejos do corpo e as genialidades da mente em forma de música. Um exemplo disso são as cançonetas, gênero musical marcado pela descontração e, muitas vezes, pelo duplo sentido. Isso se vê na cançoneta Boceta de rapé, de Mario Pinheiro, datada entre 1904 e 1906, na qual se canta:
“O que é que aparece
Raspada, seu compadre?
Ora, ora, ora
O que é que aparece raspada
A boceta de vovó
Quando aparece
Raspada a boceta de vovó
Homem, vocês inventam
Cada coisa (haha)
Vocês são danados, diabo!”
A boceta seria uma pequena caixa redonda, oval e alongada, usada para guardar diversos objetos e/ou coisas. No caso da cançoneta, a boceta guardaria rapé, extrato de tabaco em pó, muito usado para liberação das vias nasais. Porém, na linguagem popular, o termo também se refere ao órgão sexual cisgênero feminino. A brincadeira entre as “bocetas” no início do século passado revela que talvez o conservadorismo seja um fenômeno mais contemporâneo do que costumamos pensar.
Na década de 1920, o Brasil vivia uma busca incessante por uma voz artística própria. Foi nesse contexto efervescente que o teatro de revista encontrou seu “tom”, assumindo a forma brasileira que o consagraria. Ele se tornou um caldeirão cultural, onde a música, a dança, a sátira política e o humor se entrelaçavam em um espetáculo único. As vedetes, figuras emblemáticas desse gênero, brilhavam com figurinos exuberantes e carisma contagiante, enquanto o humor irreverente e as críticas sociais afiadas divertiam e provocavam o público. A música era a alma do teatro de revista. Através de sambas, marchinhas e outros ritmos brasileiros, as canções retratavam a vida cotidiana, as mazelas sociais e as alegrias do povo. Compositores talentosos como Noel Rosa e Ataulfo Alves eternizaram suas composições nesse palco.
Entre os grandes nomes da revista brasileira, Arthur Azevedo se destaca como um dos mais influentes. Em A fantasia (1896), ele define o gênero com uma receita picante:
“Pimenta sim, muita pimenta
E quatro, ou cinco, ou seis lundus,
Chalaças velhas, bolorentas,
Pernas à mostra e seios nus”
O humor irreverente e as falas de duplo sentido eram armas poderosas para driblar a censura e provocar o riso. Canções “apimentadas” e hinos picarescos completavam a festa, celebrando a alegria e a liberdade de expressão. Ou seja, o teatro de revista se apresentava como um caleidoscópio da sociedade brasileira, com seus vícios, volúpias, hipocrisias e costumes expostos à luz da sátira.
As marchinhas de carnaval também revelam espaços de debate amplo sobre erotismo e sexualidade. Ao longo do tempo, elas acompanharam mudanças nos costumes e valores da sociedade brasileira. As letras, que antes eram mais veladas e sutis, tornaram-se mais explícitas e diretas, abordando temas como o sexo casual, o uso de preservativos e a igualdade de gênero. Quem nunca ouviu que “a pipa do vovô não sobe mais”? Mesmo com muitas ressalvas e contradições, havia permissão para a ousadia no contexto do carnaval.
Nesse sentido, a musicalidade nordestina se destaca. Genival Lacerda, natural de Campina Grande, na Paraíba, é um dos maiores nomes da música de duplo sentido no Brasil. Com seu estilo caricatural, marcado por vestes espalhafatosas e a famosa dança “sensual”, ele influenciou artistas como Reginaldo Rossi e Falcão. Em 1975, Genival e João Gonçalves lançaram o forró Severina Xique-Xique, que se tornou um marco do gênero. A letra, mais explícita do que as marchinhas da época, mas ainda ambígua, tece um emaranhado de sugestões sobre a tal “butique” da protagonista.
Em suma, a música não é apenas uma forma de entretenimento ou arte; é um reflexo profundo da sociedade, uma linguagem que transcende o tempo e o espaço para expressar valores e desafios. Através dela, podemos entender não apenas como as pessoas se relacionam entre si, mas também como se criam suas mentalidades e costumes. As expressões artísticas de duplo sentido mencionadas, desde as modinhas do século XVIII até os forrós de Genival Lacerda, nos mostram que a ousadia e a sátira sempre foram formas de desafiar normas e tabus.
Samba, o dono do corpo
O Samba — assim, com “S” maiúsculo — é um estado de espírito, e é também um ser tecnológico ancestral africano que nos conecta e está para além do entendimento humano. Assim, podemos nos conectar com esse estado de espírito de diferentes formas. Uma delas é a partir dos afetos, como os eróticos ou sexuais. Essa ligação se dá de formas não óbvias. Muito longe dos estereótipos ligados à hiperssexualização de pessoas negras — aquelas que intelectualmente construíram o samba —, essa conexão tem muito mais a ver com linguagem, afeto, ritmo e inventividade.
Assim como o jongo, a capoeira e diferentes musicalidades de origem africana, o samba pode funcionar como ferramenta de comunicação. Regido por Exu no sentido de falas, escutas, aberturas e caminhos, as musicalidades negras permitem que se jogue — com as palavras, com o tempo, com a vida — ao mesmo tempo em que se canta e dança. Samba-se e tramam-se lavantes. Samba-se e tecem-se romances. Samba-se e forra-se a cama onde se deitam volúpias, desejos e paixões.
No palco do samba, o corpo é protagonista. Seja o corpo enquanto território de Exu — segundo o intelectual Muniz Sodré, falar em “dono do corpo” é outra forma de referir-se a Exu —, seja o corpo enquanto plataforma em que se sofrem opressões e ao mesmo tempo produzem-se prazeres.
Composto por Sinhô e gravado em 1928, o samba Jura ilustra bem essa possibilidade de ler e sentir o samba:
“Daí então
Dar-te eu irei
O beijo puro
Da catedral do amor
Dos sonhos meus
Bem junto aos teus
Para fugirmos
Das aflições da dor”
A ousadia de articular imagens ligadas à religiosidade cristã — que muitas vezes foi uma das responsáveis por processos de repressão e castração afetiva e sexual — com a narração de um ato sexual de forma bela e sutil revela a capacidade do samba de ser uma esteira — cadenciada — para os afetos. Muito mais do que uma igreja, a “catedral do amor” pode ser interpretada como uma porta para o prazer e para o gozo — feminino.
Em O espírito da intimidade, Sobonfu Somé traz reflexões importantes sobre relações, intimidade e comunidade pensadas a partir da população negra. Segundo Somé, “o povo Dagara não tem uma palavra específica para se referir ao sexo. Expressamos o conceito de sexo como uma viagem com alguém. A pessoa não quer fazer sexo com outra; ela quer ir a algum lugar. Normalmente esse lugar é desconhecido para os dois.“
Seguiremos com Sobonfu, nesta viagem. Toda viagem necessita de rituais e de ritmo para seu percurso. O samba e o sexo também. No sentido dos rituais, é necessário “preparar a canoa antes de entrar no mar”. Os rituais não são receitas de bolo. No samba e no sexo, eles são mutáveis a cada tempo, espaço e necessidade. Em ambos ocorrem trocas de energias — entre presenças no plano terreno e em outros planos, e para isso é importante preparar-se. É necessário “afinar” os instrumentos — musicais, espirituais, corporais — para seguir nessa viagem.
Assim como o samba, o sexo e o romance têm um ou vários andamentos. O partido alto, por exemplo, tem um andamento mais acelerado. Numa roda de samba ou de sexo, começar com um “vai lá, vai lá” pode atropelar o fluxo natural do processo. É importante dar tempo para que cada nota, gosto, cheiro seja sentido e saboreado. No compasso inicial dessa viagem, o clássico Deixa eu te amar, datado de 1984 e composto por Agepê, pode ajudar a embarcar:
“Quero saciar a minha sede
No desejo da paixão que me alucina
Vou me embrenhar em densa mata só porque
Existe uma cascata que tem água cristalina
Aí, então, vou te amar com sede
Na relva, na rede, onde você quiser
Quero te pegar no colo
Te deitar no solo e te fazer mulher.”
Esse mergulho sutil e intenso pode abrir caminhos para uma viagem afetiva e sexual em que o veículo é o samba. Nele, este ser supremo, há uma síncopa interativa que existe nas musicalidades africanas e que não se sabe exatamente onde está. E é o que faz arrepiar, sentir, rir e chorar. É onde mora o mistério do samba.
Em Samba, o dono do corpo, Muniz Sodré afirma:
“Ritmo é a organização do tempo do som, aliás, uma forma temporal sintética, que resulta da arte de combinar as durações (tempo capturado) segundo convenções determinadas. Enquanto maneira de pensar a duração, o ritmo musical implica uma forma de inteligibilidade do mundo, capaz de levar o indivíduo a sentir, constituindo o tempo, como se constitui a consciência.“
Dentro de uma lógica musical, o samba é um ritmo binário. Isso significa simplesmente que o tempo será dividido em dois (ou em múltiplos de dois). O ritmo binário é composto de duas batidas. O que também costuma ser binário são os movimentos de uma relação sexual. Senta-se em dois tempos. Chupa-se em dois tempos. Faz-se sexo — e, por que não, amor — no mesmo ritmo em que se faz samba. E voltamos à síncopa, que não se sabe de onde vem e nem onde está, mas que abre um terreno vasto para a expressão de diversas emoções, como alegria, tristeza, saudade, amor e desejo.
A roda de samba, a sexualidade e as tensões sociais
Se no carnaval observa-se um passaporte carimbado para o “brincar” em suas diferentes possibilidades, a roda de samba parece impor um ar mais sério. Em contrapartida, é essa mesma roda que faz girar uma série de energias. Nela gira ancestralidade e fundamento, mas também paquera e tesão, uma vez que a troca de afeto é inerente ao ser humano. E o samba pode ser palco para isso, assim como pode ser palco para que se extravasem desejos reprimidos ou mesmo condenados pela moralidade. Em 1977, Leci Brandão compôs e gravou a canção Ombro amigo:
“Você vive se escondendo
Sempre respondendo
Com certo temor
Eu sei que as pessoas lhe agridem
E até mesmo proíbem
Sua forma de amor
E você tem que ir pra boate
Pra bater um papo
Ou desabafar
E quando a saudade lhe bate
Surge um ombro amigo
Pra você chorar
Num dia sem tal covardia
Você poderá com seu amor sair
Agora ainda não é hora
De você, amigo, poder assumir
Por isso tem que vir pra boate
Pra bater um papo
Ou desabafar
E quando a saudade lhe bate
Surge um ombro amigo
Pra você chorar”
A canção fala abertamente sobre “uma forma de amor” reprimida pela sociedade. A canção Ombro amigo, que, de forma explícita, oferece apoio àqueles que enfrentam o desafio de aceitar sua homossexualidade, revela também a capacidade política do samba — e de Leci — de cantar os afetos não pautados pela heteronormatividade ainda dentro de um contexto nacional de ditadura militar.
Em 1976, Leci lançou Questão de gosto, seu primeiro álbum por uma grande gravadora. O disco incluiu a faixa As pessoas e eles, considerada uma das primeiras canções brasileiras a abordar abertamente o tema da homossexualidade. Com versos como “As pessoas não entendem / Porque eles se assumiram / Simplesmente porque eles descobriram / Uma verdade que elas proíbem”, a música desafiava o preconceito e a invisibilidade impostos à comunidade LGBTQIA+.
Ainda na esteira das práticas de afeto perseguidas ou reprimidas pela sociedade cis-heteronormativa e baseada no patriarcado e na monogamia, em 2002, Renato César e Toninho Branco compõem Duas paixões, conhecida na interpretação do grupo Bokaloka:
“Adoro a minha namorada
Que é minha amiga e eu a conheço bem
Mas desejo uma morena linda
Que já faz parte da minha vida
Eu sempre digo que a amo, meu bem
E eu nunca digo isso pra ninguém
Mas se estou com minha namorada
Eu digo também
Pra ter as duas paixões, não tem jeito
Só tendo dois corações no meu peito
Mas eu só tenho um
Pra suportar esse amor incomum”
A canção narra a história de um homem dividido entre duas mulheres, ambas com qualidades distintas. Na sabedoria popular, ficou conhecida como “hino da infidelidade”. Mas aqui, um pouco mais desapegados dos julgamentos morais — sem deixar de lado o olhar cuidadoso sobre as hierarquias de gênero geralmente impostas às mulheres —, podemos lançar um outro olhar. A música revela um dilema imposto pela monogamia, a impossibilidade de amar ou se relacionar afetivo-sexualmente com mais de uma pessoa. Os amores múltiplos geram tabus, repressões e incompreensões na sociedade mais tradicional. E, uma vez que o processo de composição parte da mola das emoções, tem sido cantado e vivido nos sambas.
Em 1989, Jorge Aragão e Jotabê compõem Logo agora:
“Agora
Justamente agora
Agora que eu penso em ir embora você me sorri
Me sorri
Passou a noite inteira
Com seu amor do lado
Fingindo um bocado
Mas, hoje em dia
Os amores são assim
Ele foi embora
Nem faz uma hora
Pensando, quem sabe
Nos beijos que você lhe deu
Tolo
Pensou que beijar sua boca
Foi consolo
Despertou o instinto da fêmea
E agora quer se deixar abater
Se sentir caçada
Dominada até desfalecer
Agora entendo o sorriso
Ele é que não entendeu
Se não fez amor com você
Faço eu
Eu também
Agora entendo o sorriso
Ele é que não entendeu
Se não fez amor com você
Faço eu”
Se a possibilidade de viver amores múltiplos e de muitas vezes vilipendiar as estruturas monogâmicas é cantada por homens, há também exemplos de relações em que as mulheres priorizam seu prazer em detrimento das estruturas sociais.
O samba é um organismo vivo dentro da sociedade e tende a caminhar junto com os movimentos desta. Assim, como há temas e formas de se relacionar que são importantes de serem cantadas e contadas, há de se pensar também que não há mais espaço para algumas outras relações — na música a na vida.
Em 1932, Noel Rosa apresentou Mulher indigesta:
“E quando se manifesta
O que merece é entrar no açoite
Ela é mais indigesta do que prato
De salada de pepino à meia-noite
Mas que mulher indigesta, indigesta
Merece um tijolo na testa”
Posteriormente, em 1998, o grupo Exaltasamba lança Cartão postal:
“Como sempre distraída
Te filmei você não viu
É a coisa mais bonita
O seu corpo de perfil
Pode parecer bobagem
Um impulso infantil
Meu amor não é chantagem
Mas você me seduziu
Te proponho amor
Um trato que tal se render
Eu te dou o seu retrato
Mas quero você
Você na foto toda nua
Num banho de lua
Meu cartão postal
Meu corpo deu sinal
Deu sinal, deu sinal
O meu desejo continua
Desejando a sua boca sensual
Meu sonho real”
Sem nenhuma intenção de “cancelamento”, há de se observar que entre Noel Rosa e Exaltasamba há similaridades no sentido de violências ligadas a gênero e sexualidade. Ambas as letras acabam por expor ou reproduzir comportamentos presentes em nossa sociedade, em que a maior parte das vítimas desse tipo de violência são mulheres e pessoas LGBTQIA+. Se em Noel Rosa a violência é física e explícita, com “Exalta” a violência se atualiza, num crime conhecido como “revenge porn”, ou pornografia de vingança, que consiste na exposição de imagens íntimas ou na realização de chantagens tendo este material como barganha. No samba, e na sociedade como um todo, não pode mais haver espaço para isso. Se dizemos que o jongo é o pai do samba, quando falamos de maternidade, o samba pode ser imaginado como parido do ventre de uma mulher preta e gorda, uma imagem talvez aparentada com Tia Ciata. E esse matriarcado tem de ser honrado.
Assim, colocando um ponto e vírgula neste enredo, podemos observar que o “duplo sentido” é mais do que um mero artifício linguístico. Talvez ele não encontrasse um campo tão vasto em outros países. Aqui encontramos uma associação entre linguagem, cultura, comunicação não literal e construções sociais e políticas que propiciaram a criação epistemológica e musical de formas de expressão musicada, que “dizem sem dizer” e mesmo assim tocam onde tem de ser tocado.
Maxixe, lundu, modinha, samba revelam uma interface entre tecnologias de comunicação e levantes disruptivos no campo do prazer, criando caminhos dentro de uma perspectiva hegemônica e colonizadora de castração de desejos. Não sabemos se é a vida que imita a arte ou a arte que imita a vida, porém, pensando o samba como um imenso baobá, com diferentes galhos, um deles é da sexualidade. Portanto, o samba pode, sim, ser uma camada poética para falar de amor e sexo. Temos visto no samba pessoas mais dispostas a romper com o tradicional. E temos visto também, pessoas mais dispostas a amar.