Skip to content
Revista Amarello
  • Cultura
    • Educação
    • Filosofia
    • Literatura
      • Crônicas
    • Sociedade
  • Design
    • Arquitetura
    • Estilo
    • Interiores
    • Mobiliário/objetos
  • Revista
  • Entrar
  • Newsletter
  • Sair

Busca

  • Loja
  • Assine
  • Encontre
#25EspaçoCulturaLiteratura

Um espacinho para o humor

por Rica Bennozati

Escolhemos nossa casa, roupas, amigos, drinques. Escolhemos o personal, o professor de crossfit. Sim, há dez anos era yoga, hoje o negócio é balançar corda por aí e achar normal. Escolhemos pessoas no Tinder como se fosse um jogo de videogame, escolhemos pelo Happn as pessoas com as quais cruzamos e não tivemos coragem de cumprimentar.

Mundo moderno, filosofia líquida, supermercado de estilos. Nos fechamos, mas abrimos o quarto extra para a sala em busca de espaço em um ambiente com televisão gigante onde, sozinhos, assistimos a Netflix. Tanto espaço para quê?

Abrimos espaço no closet para novas roupas, abrimos o coração para amigos depois da primeira taça de vinho e choramos nos levando a sério, afinal somos adultos.

O humor se restringe a piadas sobre política ou banalizar a última exposição de arte, afinal somos todos curadores.

Entendemos tudo, conhecemos todos e não nos permitimos banalidades.

Deus me livre, eparrei Iansã, acreditar nestes formatos! Assumi recentemente uma conduta que desde cedo me persegue com uma só frase: “Vamos sair pra dar risada”. Essa sempre foi a máxima de amigos e conhecidos que me estourava os ouvidos, porque eu sempre quis ser magro e não divertido.

Racionalizar o humor pode ser uma atitude cruel. Como explicar um estado de espírito tão puro quanto a gargalhada de uma criança? Não podemos confundir… A gargalhada espontânea de um bebê é felicidade. Não humor.

Comecei a entender o humor intuitivamente, ainda pequeno, em momentos em que percebia minha mãe muito preocupada; sentia a frequência da casa baixar muito e, numa tentativa de dissolver aquela densidade, fazia de tudo para vê-la sorrir me expondo ao ridículo sempre. Logo depois, vinha a recompensa, em momentos de respiro dela e meu após minutos a fio de gargalhadas soltas.

Na adolescência, sendo um cara “gordinho”, o humor funcionava de forma inclusiva e, claro, defensiva – com a crueldade minha e de todos dessa idade.

Hoje, aos 33, o exercício de abrir espaço no cotidiano para a prática do humor tem sido uma experiência transcendental e quase uma nova profissão. Entendi que usá-lo como conduta de vida é uma das ferramentas mais fortes, anárquicas e inteligentes que já experimentei na vida.

Com o humor, podemos dizer as verdades mais cruéis. Porém, se for embalado em forma de risada, conseguimos soltar a verdade, porque deve existir uma explicação científica para a sinapse que isso causa. Falamos a verdade sem machucar. É abrir o peito e soltar o verbo!

Não existe receita, mas acredito que o primeiro passo seja não se levar a sério, rir de si mesmo, não se acreditar, e isso nada tem a ver com invalidar seu caráter ou profissionalismo. Já escutei que o humor na moda não é bem-vindo. Talvez eu realmente mude de área.

O humor tem o poder de equalizar e democratizar todos os encontros; talvez tenha o significado da praia para o carioca. O humor tem que ser um “espaço” onde todos possam se encontrar.

Então, você aí, amigo, muito tenso, se precisar de uma dica, um primeiro passo, ou se seu chefe for daqueles caras casca-grossa, feche os olhos e imagine que todo mundo está usando touca de banho.

Compartilhar
  • Twitter
  • Facebook
  • WhatsApp

Conteúdo relacionado


Sonhos não envelhecem

#49 Sonho Cultura

por Luciana Branco Conteúdo exclusivo para assinantes

Café, água e bolacha: Amyr Klink

#21 Solidão Amarello Visita

por Tomás Biagi Carvalho Conteúdo exclusivo para assinantes

Nume

#17 Fé Arte

A obra é espelho

#51 O Homem: Amarello 15 anos Literatura

por Marisa Giannecchini Conteúdo exclusivo para assinantes

Turismo tropeiro no Vale Histórico

#50 Família Viagem

por Alice Moura Conteúdo exclusivo para assinantes

Universo particular

#19 Unidade Arte

por Leka Mendes Conteúdo exclusivo para assinantes

Sobre a capa: Hiroyuki Izutsu

#21 Solidão Arte

Guaibimpará, depois Catarina

#26 Delírio Tropical Revista

por Jorge Caldeira Conteúdo exclusivo para assinantes

O caminho das águas na Chapada do Araripe

#42 Água Cultura

por Fabiana Pereira Barbosa

Gaviões noturnos

#21 Solidão Cultura

por Ananda Rubinstein Conteúdo exclusivo para assinantes

Viver Bem é a Melhor Vingança

Cultura

por Revista Amarello

Instinto selvagem e simplicidade em Cristina Canale

#33 Infância Arte

Sobre grades, fronteiras e gangorras – ou vem, Rael

#33 Infância Crônica

por Léo Coutinho

  • Loja
  • Assine
  • Encontre

O Amarello é um coletivo que acredita no poder e na capacidade de transformação individual do ser humano. Um coletivo criativo, uma ferramenta que provoca reflexão através das artes, da beleza, do design, da filosofia e da arquitetura.

  • Facebook
  • Vimeo
  • Instagram
  • Cultura
    • Educação
    • Filosofia
    • Literatura
      • Crônicas
    • Sociedade
  • Design
    • Arquitetura
    • Estilo
    • Interiores
    • Mobiliário/objetos
  • Revista
  • Amarello Visita

Usamos cookies para oferecer a você a melhor experiência em nosso site.

Você pode saber mais sobre quais cookies estamos usando ou desativá-los em .

Powered by  GDPR Cookie Compliance
Visão geral da privacidade

Este site utiliza cookies para que possamos lhe proporcionar a melhor experiência de usuário possível. As informações dos cookies são armazenadas em seu navegador e executam funções como reconhecê-lo quando você retorna ao nosso site e ajudar nossa equipe a entender quais seções do site você considera mais interessantes e úteis.

Cookies estritamente necessários

O cookie estritamente necessário deve estar sempre ativado para que possamos salvar suas preferências de configuração de cookies.

Se desativar este cookie, não poderemos guardar as suas preferências. Isto significa que sempre que visitar este website terá de ativar ou desativar novamente os cookies.