Vem do recôncavo baiano essa tradição de mais de 300 anos, que ainda mantém suas olarias com instalações rústicas de origem indígena. Conhecimentos que perpassam gerações, a educação artesanal de Maragogipinho, distrito da cidade de Aratuípe, a 90 km de Salvador (Bahia), está fundada na ancestralidade através de uma herança que conserva a conexão com o passado ao mesmo tempo que se reveste de novos símbolos e significados no presente para fortalecer a identidade dos criadores e de suas comunidades, dando sentido ao futuro.
De pouco mais de 3 mil habitantes, 80% são produtores de artesanatos, que fazem a coleta do barro em jazidas da região, onde a massa é pisada e preparada para a fabricação das peças. A escolha da técnica de modelagem depende do tipo de peça a ser fabricada, podendo ser realizada a mão, com uso do torno ou moldagem (utilização de formas previamente moldadas). Tais técnicas registram o contato e a troca entre povos indígenas, escravos e portugueses. Maragogipinho é considerada atualmente o maior polo de cerâmica da América Latina.
Itcoisa: Oleiros
por Gil Alves