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Praia de Mamanguá (2020), de Luiz Zerbini. Publicado em Luiz Zerbini: Sábados, domingos e feriados (Editora Cobogó).
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Economia circular: mudar a moda para mudar o mundo

por Revista Amarello

Nos últimos anos, temos testemunhado uma mudança significativa nos hábitos de consumo. Chame de “consciência ambiental”, de “redução de custos”, de “quero ser a mudança que desejo ver no mundo”, de o que quiser — mas, no fim, tudo isso acaba sendo impulsionado pelo crescente interesse na economia circular e, claro, no desenvolvimento sustentável. E, por se tratar de uma indústria que causa um impacto ecológico substancial, tais transformações têm acontecido com força especial no mundo da moda. Analisando em retrospecto, talvez até tardiamente. Seja como for, o fato é que os brechós estão em alta. Mas o que está por trás do hype? 

Os brechós que vemos por aí, e sobre os quais falamos mais do que nunca, têm algo eloquente a dizer sobre o momento atual do consumo da moda: cada vez mais pessoas estão optando por esse modelo de negócio como uma alternativa consciente e bem mais acessível, gastando menos dinheiro, tomando a missão de preservar o futuro para si e reconhecendo o papel fundamental que os brechós podem exercer nesse propósito. A conta é simples: a extensão da vida útil das roupas é a redução dos preços e do desperdício. Nem sempre é assim, mas, neste caso, o que é bom para o bolso também é bom para o planeta.

No começo, o fenômeno se deu sobretudo devido à inflação e a necessidade de economizar — ou seja, comprar itens previamente usados é, sim, sobre gastar menos dinheiro. Mas não só. Nos últimos anos, as perspectivas sobre o assunto mudaram significativamente e os hábitos de compra estão evoluindo, sendo a manifestação de um novo comportamento ambientalista. Fala-se muito em reciclagem, em não comer carne e em tantas outras ações que seriam boas para o meio ambiente, mas raramente se fala sobre um consumo consciente da indústria da moda. Porém, ela produz em quantidades que estão bem longe de serem minimamente sustentáveis e o consumo excessivo, alimentado pela moda rápida, tornou-se um dos maiores inimigos do nosso planeta. 

Só entre 2000 e 2015, o consumo de roupas global aumentou 60%. A cada ano, o mundo consome cerca de 130 bilhões de itens de roupa. Estações mudam e mais roupas aparecem nas vitrines, gerando mais e mais produtos que em breve serão descartados, desvalorizados de maneira estratégica pelo próprio mercado que os produziram. Tudo isso resulta em um enorme desperdício e todo esse processo de produção cria uma poluição imensa. O impacto ambiental de uma peça de roupa de moda rápida é estrondoso. Temos os campos de algodão, que consomem uma alta quantidade de água (e que não param de se expandir); temos os plásticos e o papelão para transporte, que se tornaram indispensáveis; temos as fábricas consumindo muitos recursos e energia; temos um sem-fim de uso indevido de recursos. 

Doar ou revender uma peça de roupa é prolongar o ciclo de vida do item, mantendo-o fora dos aterros sanitários ou do fundo de nossos armários. À medida que mais pessoas adotam a economia circular e optam por brechós como uma forma de consumo mais barata e sustentável, testemunha-se uma mudança cultural significativa em relação ao modo como percebemos e valorizamos nossas posses. Aos poucos, a mentalidade de consumo excessivo e descartável perde força em prol de uma abordagem mais consciente e responsável em relação aos recursos finitos do nosso planeta.

Essa tendência está se expandindo também porque as roupas de segunda mão se tornaram mais acessíveis com a proliferação de aplicativos, como a plataforma Enjoei, e lojas especializadas na revenda de roupas, como o brechó Peça Rara. Em vez de seguir o padrão tradicional de produção, uso e descarte, a economia circular busca manter os recursos rodando pelo maior tempo possível.

Como esses itens não são novos, seus preços são significativamente menores. E “previamente usados” não significa que as roupas estão desgastadas. As lojas de roupas de segunda mão geralmente selecionam os itens antes de oferecê-los para revenda. É também uma oportunidade para adquirir produtos de alta qualidade, roupas de marca ou itens únicos que, de outra forma, seriam excessivamente caros quando novos, tudo a preços mais acessíveis. 

Em vez de seguir as tendências da moda que mudam rapidamente, os consumidores são incentivados a valorizar a qualidade, a durabilidade e o estilo atemporal das roupas encontradas nos brechós. Esqueça a fast fashion. Eis um categórico rala-peito direcionado à mentalidade do “descartar e substituir” que por tanto tempo reinou. Ao conectar fornecedores e consumidores em um ciclo virtuoso, empresas como o Peça Rara estão demonstrando o potencial da economia circular na transformação da indústria da moda. A mudança para uma moda mais sustentável é uma escolha individual e uma necessidade urgente diante dos desafios ambientais que enfrentamos. A economia circular visa reduzir nosso impacto no planeta e os brechós são aliados nesse objetivo — combinados, é possível moldar o futuro da moda em direção a uma indústria mais ética, sustentável e consciente.

Essa mudança não acontece apenas em nível individual, mas também está impulsionando mudanças sistêmicas na indústria da moda e além. Empresas estão sendo incentivadas a adotar práticas mais sustentáveis, desde a produção até a embalagem e distribuição. Os governos estão começando a reconhecer a importância da economia circular e estão implementando políticas e incentivos para promovê-la.

O que acontece na moda, claro, é um reflexo do que acontece no mundo. A transição para uma moda mais sustentável e consciente reflete não apenas uma mudança nos hábitos de consumo, mas também uma mudança fundamental na mentalidade coletiva em relação ao modo como interagimos com os recursos do nosso planeta. A economia circular não se limita apenas à moda, mas abrange todos os aspectos de nossa vida cotidiana, desde o consumo de alimentos até a gestão de resíduos. Nos brechós, vemos a economia circular em ação de uma maneira tangível, o que por si só é uma motivação extra.

Não faltam motivos para levar as pessoas a comprar em brechós. Da economia à preocupação ambiental, há uma transformação em curso — uma peça de roupa por vez.

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