Itcoisa: Lama negra de Araxá
“Se a vida te der um limão, faça uma limonada.”
Esse foi o pensamento do imigrante Abdanur Elias ao montar a primeira lavanderia de Araxá, com o nome do país escolhido por ele. Os Elias, como eram conhecidos, fabricavam o sabão artesanal usado na Lavanderia Brasil e, a partir de 1947, começaram a vendê-lo para o Grande Hotel Barreiro, de Araxá, empreendimento inaugurado no governo do então presidente Getúlio Vargas, com direito ao paisagismo de ninguém menos que Burle Marx.
Bons árabes que eram, os Elias decidiram expandir os negócios, aproveitando, assim, a fama da lama negra. Para isso, deram voz à lenda de uma loira de sangue indígena que enfurecia as mulheres e encantava os homens no alto do Parnaíba. Dona Beja, espécie de folclore no imaginário popular, ganhou até nove- la, depois de mais de um século de sua morte. Segundo o mito, a manutenção de tanta beleza somente era possível pelo uso da lama negra.