Sergio Lucena nasceu em João Pessoa, em 1963. Ingressou e abandonou os cursos de Física e Psicologia, na Universidade Federal da Paraíba. Em 1982, estudou desenho e pintura com o artista Flávio Tavares. Em 1988, o ideário do Movimento Armorial, de Ariano Suassuna, fez da cultura popular influência para os primeiros anos de sua produção. É nessa fase que começou a pintar a óleo.
O ponto de partida de seu trabalho residia na representação de seres fantasiosos, oriundos do imaginário nordestino, no qual é possível identificar um interesse presente durante toda a sua obra: a misteriosa relação entre luz e sombra. Ao mudar-se para São Paulo, em 2003, começou a pintar deuses, seres híbridos e quimeras, que foram dando espaço à pesquisa luminosa que tem tomado conta de sua produção por quase duas décadas.
Desde então, a pintura de Lucena faz referência às paisagens do sertão, resgatadas das memórias de infância, em telas geralmente de grande formato que apresentam um horizonte a perder de vista. Como um verdadeiro convite à contemplação da imensidão, suas pinturas são construídas com acúmulo de matéria, carregando um peso de tinta que parece contradizer a leveza das pinceladas e velaturas que aplica sobre as telas.
Ao longo da carreira, participou de exposições no Brasil e no exterior. Dentre as publicações, destacam-se o catálogo raisonné (1999) e o livro Projeto Deuses (2007). Em 2012, recebeu o Prêmio Mário Pedrosa, na categoria Artista Contemporâneo, pela Associação Brasileira de Críticos de Arte.